A Sacerdotisa
Fase 1 - Umbanda
Iniciei minha jornada na umbanda aos 10 anos de idade quando vivia a anos com minha saúde debilitada. Meus rins infeccionavam constantemente e me impedia de ter uma infância comum.
E foi em meio a brincadeiras fora do terreiro, quando iniciava as cantigas, que a Cabocla "chegava", quando dava por mim, estava eu dentro do terreiro em meio ao trabalho mediúnico.
Foram 24 anos de dedicação, andando em muitas casas, aprendendo e trabalhando com afinco.
Em um momento vida adulta, muitas coisas mudaram em mim. Já estava na Faculdade e aprendi que tinha o direito de perguntar, de questionar e de duvidar.
Sem respostas coerentes, vi minha jornada na umbanda acabar, meu ciclo terminou e segui adiante
Fase 2 - Candomblé
Conheci o Candomblé em um momento em que a minha fé estava desconstruída. Tinha visto muitas incoerências e estava mudando meus conceitos e em busca de algo consistente e em congruência com os meu valores. Fui acolhida pelo Candomblé e por Sacerdotes incríveis... Suas bençãos, Pai Tadeu, Pai Luiz, mãe Ajibona, Minha mãe pequena Obaganage e meu Pai pequeno, Pai Kojak. Sou eternamente grata.
Vivi experiências espirituais fantásticas que moldaram a minha fé. Entendi o que era orixá, o que é viver integrada com a natureza, entendi o tamanho da generosidade de Eledumare (Deus criador) e de como o axé Divino integra todas as coisas criadas.
Nesta fase, estive apenas em 2 casas de axé e na última meu ciclo mais uma vez encerrou.
Fase 3 - Esin Orisa Ibile
Novamente atravessando uma fase de mudanças internas profundas, comecei a questionar o que de fato era a fé. Neste momento tudo estava muito pesado e não parecia fazer sentido ir em busca de paz e só encontrar guerra e frustração.
Tinha certeza que a minha insatisfação não era pelo sagrado, mas pelo fazer humano. Tudo aconteceu em uma noite: Eu deitei e questionei o que era a liberdade, o livre arbítrio e a paz que eu desejava. Então, mas uma vez disse não.
Através da Pós em Arte Africana, encontrei o Culto Tradicional Yorubá e vi que havia outra forma de cultuar Orixá, com uma filosofia coerente e consistente, baseada na autorresponsabilização.
Encontrei no Templo Oduduwa o meu lugar, uma família e um mestre. Obrigada Bàbá King. Mojúbà!